A Linha do Oriente é uma linha específica de cura. Seu nome não significa que todas as entidades que nela trabalham tenham tido encarnações como orientais, mas refere-se à vibração de cura. Nela podem ser enquadrados espíritos que, quando encarnados, tiveram diversas nacionalidades. É claro que os povos orientais, por serem muito antigos, como é o caso dos indianos, egípcios, sumérios e outros mais, são partes importantes da vibração pois já evoluíram e já estão dentro dessa filosofia de cura.

Não existem falanges dentro dessa linha. Normalmente as entidades nem gostam de dar nomes: elas trabalham por meio dos médiuns, dentro de uma incorporação: muitas vezes a entidade da Linha do Oriente entra para ajudar alguém doente, sem que o leigo o perceba o sinta. Em outros casos, a entidade da Linha do Oriente baixa a vibração e se desdobra; é o caso, por exemplo, de um grande lama tibetano que pode apresentar-se dentro da umbanda sob a forma de um caboclo. Os grandes falangeiros das outras vibrações, geralmente, são entidades orientais atuando em um desdobramento.

Homenagem a Uma Entidade Oriental

Na pérgula distante que em meu sonho vejo, no róseo mármore a confundir-me entre uma e outra pilastra, a aproximar-se cada vez mais, forma-se um vulto de mulher. Tão cândida e serena com seu diáfano manto, que mais parece ser a bruma de um encanto, surge sorridente e altiva. Com porte real, traz na mão uma rosa de suave perfume e parece vir até bem junto de mim numa melodia de acalanto.Ao passo que se aproxima o vulto, arco-íris rotativos, de luzes difusas, brilham harmoniosamente. Inexplicável, impalpável, mas de uma realidade sutil aos olhos meus.Imóvel fico, não querendo perder nem um segundo dessa visão, a que não tenho direito como mortal.Entre uma e outra nesga de luz vejo até mesmo sua tez. Não defino sua procedência e minha curiosidade se completa quando a seus pés vejoservas a lhe estender sob o andar flutuante, um tapete de folhas douradas, pintado pelos merecimentos de um longo tempo: dádivas de nosso pai Oxalá.Passa depois envolvida em aromas de jasmim e alfazema, numa nuvem de perfume, dando então entrada triunfal no Astral Superior. Sigo seus gestos, pois convida-me de mão estendida a andar junto dela, qual criança, tão pequenina e tão inexperiente ante tanto deslumbramento.A ternura que sinto é como se tivesse encontrado a paz que há muito procurava. Ela é quem me dá esses momentos tão encantadores; ela, também, quem tira de mim a insegurança, andando de mãos dadas por lugares istantes, onde a saudade talvez faça com que de meus olhos rolem lágrimas.Não ouso perguntar à minha benfeitora quem ela é; apensa, em meu pensamento, forma-se uma pergunta sutil, quase apagada, mas meu olhar súplice trai completamente esse desejo.A dama rainha compreende, porém, minha intenção e sorrindo responde: “Sou tua amiga, sou quem te leva a distância, mostrando-te, intuindo-te, para que conheças os astros mais de perto. Um dia talvez, não tarde, nos reencontraremos; então terás alcançado um pouco mais.”

Fonte – Babalorixá Paulo Newton de Almeida